“A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos e, tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disto com antecedência para a tarefa de renovar o mundo comum”.
Hannah Arendt
Nome comprido e complicado. Afinal, o que é? Para que serve? Quem participa da elaboração? Quem o pratica no dia a dia? Ele pode ser refeito? Quando e por quem?
TODAS AS INSTITUIÇÕES PRECISAM DE UM PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO!
Ao desmembrarmos este conceito poderemos nos apropriar melhor da sua totalidade. Assim:
PROJETO consiste nos planos de ação que gostaríamos que acontecesse, da forma que planejamos, para, assim, ter um determinado resultado que queremos alcançar;
POLÍTICO por que as ações e os resultados que queremos atingir dizem respeito à “polis”, à comunidade como um todo; e não para um indivíduo em particular; mesmo que esta “polis”/comunidade seja uma parte da universalidade.
PEDAGÓGICO porque visa oportunizar aprendizados individuais e coletivos; porque visa saber-viver em relação;
INSTITUCIONAL porque é desencadeado por uma determinada instituição, que tem uma determinada visão de mundo a respeito daquilo que se quer conquistar e exercitar em seu cotidiano.
Portanto, o chamado P.P.P.I. consiste no planejamento-ação feito pela organização/instituição, realizado pela totalidade dos sujeitos da organização e, também, junto com membros da comunidade.
TRABALHO DE AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO QUE PROPULSIONA O MOVIMENTO DO COTIDIANO.
Traz em si uma visão de sociedade, de homem, de cidadania e de atitudes.
“...instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados. Explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes (...) (sócio-educacionais) com a realidade da instituição traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso...”
(VEIGA, 2003a: 110).
Sua construção implica em:
TOMADA DE DECISÕES,
DEFINIÇÃO DE INTENCIONALIDADES,
DEFINIÇÃO DE PERFIS PROFISSIONAIS QUE IRÃO TRABALHAR NESTA PROPOSTA,
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES REAIS E OBJETIVAS DE TRABALHO,
OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS E FINANCEIROS,
PROPOSTA CLARA DE GESTÃO ALÉM DE COORDENAR TENDO COMO FOCO A DIREÇÃO DE OBJETIVOS E DE COMPROMISSOS FUTUROS.
Reiteramos, assim, que a construção do PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO É UM COMPROMISSO POLÍTICO E PEDAGÓGICO COLETIVO, em que as diferenças existentes entre seus diversos autores é que lhe confere legitimidade, flexibilidade, autonomia.
É um processo que tem, em sua incompletude, a necessidade constante de avaliação que o impulsiona a superações.