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ADOLESCÊNCIA - A TAL FASE PECULIAR DE DESENVOLVIMENTO! (PARTE 5)

Atualizado: 5 de ago. de 2019


QUESTIONAMENTOS DE VALORES E O SEU LUGAR NO MUNDO - Diga ao Google

QUESTIONAMENTOS DE VALORES E O SEU LUGAR NO MUNDO!

Ao contrário da criança que incorpora os valores sociais através da imitação dos modelos que vivencia em suas relações com os adultos sem questioná-los, o adolescente, pela sua capacidade de abstração, adquire AMPLITUDE PARA QUESTIONAR OS PRINCÍPIOS SOCIAIS. Coloca-os em xeque, procura não incorporá-los pura e simplesmente.

Procura seus próprios valores.

Por conta das mudanças físicas, cognitivas, relacionais, sociais e emocionais os adolescentes vivem uma "crise de valores". O que para alguns é sinal de saúde, para outros é visto como “doença”, tornando-os foco de vários estigmas, apontando-lhes defeitos, chegando ao exagero de serem acusados de “agentes perturbadores da ordem social”.

Sendo a cultura um sistema dinâmico, o indivíduo não recebe passivamente significados culturais “de ontem” de forma estática, mas os transforma a partir da realidade vivida.

A difícil acomodação às expectativas sociais que exigem submissão à autoridade adulta, o respeito pelos ajustamentos de prestígio social, o elevado grau de competição e a firme regulação dos impulsos sexuais e expressivos, incentiva o adolescente a praticar atos de autoritarismo tão intensos quanto aqueles que a comunidade lhe impõe.

Questionar a sociedade significa responder aos valores, à estrutura e ao estado das coisas para que, por intermédio dessas disputas, possa buscar seus próprios valores e determinar sua identidade.

A ausência da parceria adulta familiar e comunitária, mesmo que involuntária, faz com que o adolescente estabeleça outros laços na sua comunidade, muitas vezes perigosos.

Ao sentirem-se "abandonados", são muitas vezes acolhidos pela “comunidade marginal” e nessa relação adquirem respeitabilidade,auto-estima, habilidades, estímulos para a prática cotidiana e autonomia - elementos fundamentais na formação de sua identidade.

A família, a comunidade e as instituições não têm conseguido promover práticas que estabeleçam limites aceitáveis que melhorem esse estado de coisas. São frágeis na proteção integral do/da adolescente, fato que favorece que as transgressões, próprias da idade, venham a se tornar atos infracionais. Práticas que na maioria das vezes acontecem por meio de agressões ao patrimônio público ou por ataques à integridade física ou moral de alguém. De qualquer forma são prejudiciais não só à sociedade, como ao próprio adolescente.

Enquanto a criança incorpora os valores sociais por intermédio das imitações dos modelos que lhes são demonstrados sem questioná-los, o adolescente, pela capacidade de abstração advinda da maturação neurológica, adquire amplitude e questiona os princípios sociais. Colocando-os em xeque, procura não adquiri-los pura e simplesmente. Busca e procura seus próprios valores e, conseqüentemente, “o seu lugar no mundo”.

Acompanhando a ruptura de um equilíbrio anterior advindo das mudanças físicas e relacionais adquiridas na vida de criança o adolescente vive um período de intensos questionamentos axiológicos.

Os sinais de respostas aos questionamentos, para alguns, podem ser interpretados como sinais de saúde. Para muitos, no entanto, representam sinais de doença. Agentes perturbadores da ordem social, os adolescentes tornam-se foco de vários estigmas ao agirem de modo a transgredir as regras postas na sociedade.

A transgressão surge como forma de embate à alienação – processo imposto intergeracionalmente de acomodação aos questionamentos necessários para a formação da personalidade e, conseqüentemente, de conquistas de direitos e deveres. Querem sentir-se potentes para poderem influir nos eventos e propostas de mudanças sociais, seja na desburocratização, seja na busca de coesão das relações. Buscam a conquista de poderem ser sujeitos criativos de ação, em contraposição a serem objetos passivos de intervenção.

Consequentemente é fácil condenar uma rebelião contra os valores e os padrões de comportamento estabelecidos, deixando de ver qualquer vantagem que possa advir da formulação de perguntas a respeito desses comportamentos.

A difícil acomodação às expectativas institucionais que exigem submissão à autoridade adulta, respeito pelas instituições de status que já foram estabelecidas, alto grau de competição e regulamentação firme dos impulsos sexuais e expressivos, faz com que o adolescente

parta para atos de autoridade tão intensos quanto aqueles que lhe são impostos.

Questionar a sociedade significa, portanto, questionar os valores, a moral, a estrutura, o status quo, para que, através desses questionamentos, possa buscar seus próprios valores e determinar novas atitudes que redirecionem, a partir de “outro lugar no mundo”, a estrutura da sociedade da qual fazem parte.

Podemos dizer, então, que será na fase da adolescência que o indivíduo, com maior ou menor intensidade, apresenta-se como sujeito questionador social e, por vezes, seus atos conflituam-se com as leis sociais vigentes.

Fato consumado - é fundamental percorrer o caminho inverso e buscar através de um projeto político-pedagógico institucional consistente que contenha programas estruturados, JUNTO COM O ADOLESCENTE, a construção de uma nova realidade de vida para essa população, ações resultantes de um processo sistemático, regulamentar e uniforme capaz de assegurar o respeito à individualidade e a identidade de cada um desses sujeitos.



Até o próximo texto!


Instituto Motivação

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